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11 de janeiro de 2017

O MODERNISMO BRASILEIRO
Há quase um século aconteceu em São Paulo, no Brasil, a Semana de Arte Moderna.
Os artistas brasileiros buscavam a sua autenticidade mas o expressionismo europeu estava bem presente. Tinham um propósito determinado de criar e recriar a sua brasilidade.
E foi esse propósito que acabou por se converter na vanguarda dum nacionalismo que se instalou nos artistas brasileiros. Alguns deles  que a seguir vou referir e publicar.
Nos seus ateliers, entre São Paulo e Recife, ganham expressão os traços simples e as cores garridas.
Foi nessa altura que se desligaram do academismo e criaram o que se considera o modernismo brasileiro.
Tarsila do Amaral com as suas figuras fantásticas e as paisagens irreais cheias de forma e cor. Viveu no interior convivendo de perto com essas cores fortes, os costumes caipiras, e soube evidenciar a contribuição negra na cultura brasileira.
Di Cavalcanti com os seus retratos sensuais das mulatas de Guanabara. Ele que voltara  da Europa com os seus desenhos que revelavam uma linguagem plástica próxima do cubismo ou pós-cubismo. E nos anos seguintes o seu trabalho foi um tanto expressionista. Desenhou sambas, mulatas e prostitutas do Rio.
Candido Portinari (que já publiquei a 5 de Novembro) mostra o novo Brasil com um olhar bem modernista embora nalguns casos com um certo contágio de outras motivações e tendências. 
Ismael Nery deixou-nos as suas inquietações, o seu surrealismo. Cultivou o erotismo nos seus desenhos, nanquins, aguarelas ou guaches. Aqueles corpos transparentes, sobrepostos, insinuantes. Foi dentre todos os modernistas o que mais comprometido esteve com a sua própria expressão.
Cícero Dias projectou os seus sonhos para as telas, algo imaginário, muito inspirado na arte de Chagall.
Anita Malfatti colheu na Alemanha, onde estudou e viveu durante alguns anos, a sua forma expressionista de pintar. Desenvolveu uma arte emocional, superfícies chapadas e um colorido fortemente vibrante. Os seus trabalhos causaram impacto e muita polémica.
Lasar Segall foi o europeu que se naturalizou brasileiro e fez o percurso inverso. Criava obras expressionistas onde retratou o drama humano da exclusão social. Mas logo se deixou contagiar e substituiu  as cores ocres que aplicava por outras mais  fortes, mais vibrantes.


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ANITA MALFATTI
(1889-1964)
Nasceu em São Paulo, Brasil, filha de pai italiano e de mãe americana.
Cedo começou a viajar pela Europa e Estados Unidos onde desenvolveu uma técnica pictórica seguindo as tendências da época (cubismo e expressionismo).
As suas primeiras exposições foram pouco animadoras tendo sabido ultrapassar esse desaire com o seu trabalho como professora de pintura que lhe foi muito gratificante. 
Finalmente, nos anos 40, conseguiu um certo reconhecimento embora muitos críticos não compreendessem a sua dispersão de estilo desde os primitivos  aos modernistas.
Após a morte da sua mãe, vai viver para uma chácara em Diadema. E aí continua a pintar retratos e a arte popular brasileira.
Pintava com a mão esquerda devido a uma atrofia da sua mão e braço direitos.





"o homem amarelo"





"o japonês"






"a estudante russa"



"modelo"






"o poeta",  1943


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