HENRIQUE POUSÃO
1 Janeiro 1859 - 20 Março 1884, Vila Viçosa, Portugal
Henrique César de Araújo Pousão viveu apenas 25 anos mas deixou-nos uma obra fantástica.
A mãe faleceu quando ele tinha apenas 4 anos. O pai voltou a casar e Pousão ficou entregue aos cuidados do avô durante o último ano da vida deste, altura em que foi viver para junto do pai em Elvas.
Aos 8 anos revelou aptidões para as artes nos seus primeiros desenhos pois, apesar de ser uma criança, o traço própria da sua idade já revelava minúcia, rigor e uma atenção visual fora do comum.
Em 1872 estava matriculado na Academia de Belas-Artes do Porto e aí teve louvores, distinções e até prémios pecuniários.
Nessa altura estava o seu pai, como magistrado, a viver e trabalhar em Guimarães. E foi aí que pintou o seu primeiro quadro a óleo. Quando o pai foi transferido para Olhão lá foi ele passar férias e pintar uns tantos quadros.
Em 1880, parte para Paris na companhia de Sousa Pinto. Aí estudou na Academia Especial de Belas-Artes e depois na Escola Nacional de Belas-Artes. Apaixonou-se por Paris.
No entanto, nem tudo foram rosas. Ficou gravemente doente e decidiu partir para um clima mais ameno. Foi para Roma nos primeiros tempos mas, como a sua saúde piorava, opta por se instalar na ilha de Capri.
E foi o agravamento do seu estado de saúde que o obriga a regressar a Portugal na esperança de cura. Vai para Vila Viçosa onde acaba por falecer, vítima de tuberculose.
Deste artista e das suas obras diz-se que foi o único pintor mediterrânico português, que da sua paleta saíam obras com uma luminosidade excepcional, que interpretou a natureza com pormenores subtis e poéticos etc etc. Foi um Pousão mediterrânico e um Pousão impressionista.
De toda a sua obra o meu trabalho preferido é "Casas brancas de Capri". Não está datado mas foi exposto pela primeira vez em 1883 na Academia Portuense. A pintura, a divisão geométrica do espaço em 3 partes distintas, tudo isso mais a sensibilidade realista que o leva a criar a paisagem de Capri na sua luz intensa, os verdes, o branco das casas, enfim, o afecto do artista pela paisagem, pela natureza em cada pincelada. Está lá tudo.
"Casas brancas de Capri"
"Muro e escadas", Capri, 1881, óleo sobre madeira
"A casa das persianas azuis", 1882
Cecília, 1882
"Cabeça de burro"
"Esperando o sucesso", pintado em Roma, 1882
"Entre o milharal"
"Cansada", 1882
Auto-retrato
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